E-zines

Uma coisa legal e útil que tenho visto na internet, por esses tempos, são os entusiastas com a literatura. Literatura marginal? Não usaria esse termo no sentido "esquerdista" ou "do submundo, e sim apenas porque não é distribuído em massa. Apesar de se sustentar nos pilares da internet, esta "literatura subtítulo" não tem o apelo comercial que as grandes editoras podem proporcionar aos seus escritores escolhidos. São contos, poemas, poesias, prosas poéticas, crônicas que, teoricamente, têm a mesma estrutura das comercializadas, mas são distribuídas à margem do grande público e dos profissionais críticos da área.

Nos tempos pós-vanguardistas, o que justifica uma obra de arte? Depois que um mictório foi exposto em um museu, TUDO o que desperta algum sentimento no homem pôde ser chamado de arte. Ou seja, tudo pode ser chamado de arte. Ante essa crise de objeto de estudo para os críticos, buscam-se conceitos e padrões para uma nova definição de arte; e um desses padrões que diferenciam um objeto feito para urinar de um feito para enfeitar as salas de estar refinadas é a presença em exposições e museus. A abertura ao grande público. A isso automaticamente somamos a catalogalização etc.

Assim ocorre na produção literária: o que diferencia um texto literário de um "não" é impressão deste em periódicos (livro, jornal, revista, e-zine etc) e a distribuição comercial à sociedade. Mas será que os textos que se escreve informalmente nestes vários espaços cibernéticos não podem ser tratados como literários? E de "literatura marginal"?

Não sei. E, pra falar a verdade, nem quero saber. Só sei que faço, e gosto do que faço.

***

Nestes dias, tive duas boas notícias: uma, é que uma jovem copiou um poema meu no blog dela. Deixou a entender que era copiado de outro lugar (o poema está em vermelho, contrastando com o texto) mas não deu os devidos créditos (o que me deixou meio assim: "¬¬"). Em outro post, estava um do Drummond. Será que isso justifica a alcunha de poeta?

A outra, são os fantásticos trabalhos realizados pela Oficina Editora. Os e-books são poucos, mas bons, vale conferir. E a meninas dos olhos é a revista Samizdat, que chega à sua 22° edição (minha terceira) de muita literatura e um ótimo acabamento. Outro projeto criativo é o livro de microcontos "Tamanho não é doc.", que tem como conteúdo contos de até 140 caracteres ("à la Twitter"). Este está na segunda edição.

Segue os dois links:

AGORA VOU DORMIR, AMANHÃ TEM COOPER ÀS 07:30!!

Por que Samizdat? , Henry Alfred Bugalho

ENTREVISTA
Antonio Luiz M. C. Costa

AUTOR EM LÍNGUA PORTUGUESA
Carta a El Rei D. Manuel (excerto), Pero Vaz de Caminha

MICROCONTOS
Primeira Lição Colonial, Simone Santana

CONTOS
O Messias do Ocidente, Joaquim Bispo
Imagem de Barro, Wellington Souza
O Troféu, Volmar Camargo Junior
O Sorteio , Henry Alfred Bugalho
Relações Postais, José Guilherme Vereza
Ventanas (I), Sheyla Smanioto Macedo
A Sogra, Mariana Valle
12 de outubro sob ataque, Léo Borges
We’ll always have Paris, Barbara Duffles
Duetos Assassinos, Giselle Sato
Conspiração ZHAARP - Big Bang Microcósmico - Capítulo 4, Dênis Moura

TRADUÇÃO
Carta de Cristóvão Colombo anunciando o descobrimento da América

TEORIA LITERÁRIA
Caminhos para o autor independente, Henry Alfred Bugalho
Jogue sua Gramática no Lixo, Guilherme Augusto Rodrigues

CRÔNICA
Eu não gosto de ninguém da América do Sul, Léo Borges
Quem é você, quem sou eu?, Ju Blasina

POESIA
Laboratório Poético, Volmar Camargo Junior
Blavino, Ju Blasina
Poetrix, Ju Blasina
Sonata da Criação, Wellington Souza

SOBRE OS AUTORES DA SAMIZDAT

http://www.revistasamizdat.com/2009/11/samizdat-22.html

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