…, são 04:22 da madrugada, ainda há ânimo de começar uma postagem.
POEMA
Fiz para o espaço-escrita. O exercício era, a partir de uma imagem dada (um piano, um papel com notas musicais escritas), escrever um texto em qualquer gênero. Escrevi com eu lírico feminino, mais uma vez, como se a mulher fosse o piano que, sem ser utilizado, não tem sentido de ser (existir) no mundo. E, depois que um homem a toca, vai se criando o mundo, até se desfazer novamente, ao final da sonata.
SONATA DA CRIAÇÃO
Seu caminhar não abalou o silêncio pré-genesíaco
que dorme.
Aproxima, sorri, senta-se
hálito com hálito.
Toca meu dedo anelar
e o martelo,
ainda tímido,
faz vibrarem meu nervos
que soam leve o bastante para embalar o primeiro sol do recém-mundo
e arrepiar-me toda, ali.
Logo taca também o segundo
e o terceiro
e as notas vão regendo as coisas e os seres,
e o quarto
e a mão
e me faço, enfim
– me faço não; e me faz
enfim
ser ouvida, vencendo o vácuo e o infinito!
para um instante depois quietar,
esbaforida
– esbaforida não, esbaforidos
de tanto soar e tocar e suar.
Ainda,
antes de partir,
fecha-me a calda e acaricia
de tão leve
que apenas as pontas dos dedos me pulem e me engorduram.
E tudo volta ao pré-genesíaco
e nem ouço seus passos o afastando.
MONOGRAFIA
Sobre a monografia, descobri que havia uma falha em como fiz o modelo no Excel. Rodá-lo-ei novamente, agora, corretamente. Mas esse assunto é chato, deixa pra lá.
Estão vendo esse chat aí ao lado? Então, para usá-lo, é necessário cadastro (falar um nick, senha, colocar o e-mail e, pronto, já pode usar). Com isso feito, dá pra colocar um no seu blog, também. Daí, é só conversar!
ARTIGO PARA A REVISTA
Estou, também, preparando um artigo para a revista. Levantando a filosofia da composição de alguns autores. Para isso, vendo e lendo entrevistas e cartas dos mesmos (já que, a maioria, ao contrário de Poe, não nos deixou esse legado formalmente, em forma de artigo). Alguns, como Drummond, escreveram poemas em que exteriorizam seu modo de criação; mas decidi não utilizar essa fonte pela subjetividade que contém (visto que é um eu lírico que se manifesta nestas obras).
Das que estão em áudio (ou vídeo), transcrevo os trecho que me interessam. Tem uma muito boa do Drummond (trecho abaixo). Gostaria de citar a Clarice Lispector, também, mas ainda não encontrei pistas de como compõe sua obra – ou melhor, encontrei, mas de forma tão subjetiva que ainda não sei como usá-la. Um link para uma entrevista que ela concedeu para o jornalista Júlio Lerner poucos meses antes de falecer: (programa Panorama Especial – TV Cultura, 1977),
Ao ler qualquer texto de caráter informativo, gosto de citar fontes confiáveis sobre o assunto. De pessoas que fazem, fizeram ou estudaram sobre o determinado tema. Afinal, minha opinião não vale de nada a vocês. Argumentação sem citação, para mim, é retórica, não enriquece.
ESPELHO
“As mudanças de natureza íntima que nós temos… nossos interesses evoluem, nós passamos por diversas estações: não são quatro dentro de nós, não, são inúmeras. E essas estações nem sequer são sucessivas, elas, às vezes, são imbricadas umas com as outras, elas se confundem, então, nós não sabemos hoje o que sentiremos amanhã, e essa precariedade, essa falta de continuidade do sentimento humano, é o maior entrave ao amor.”
Andrade, Carlos Drummond de. GLOBO NEWS - ARQUIVO N : CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE. Link no you-tube, Rio de Janeiro. 2007.
* lembremos que o texto foi transcrito, ou seja, não era um texto, e sim uma fala.
Pronto: 05:22 da madrugada. Hora de acordar em sonhos.
POEMA
Fiz para o espaço-escrita. O exercício era, a partir de uma imagem dada (um piano, um papel com notas musicais escritas), escrever um texto em qualquer gênero. Escrevi com eu lírico feminino, mais uma vez, como se a mulher fosse o piano que, sem ser utilizado, não tem sentido de ser (existir) no mundo. E, depois que um homem a toca, vai se criando o mundo, até se desfazer novamente, ao final da sonata.
SONATA DA CRIAÇÃO
Seu caminhar não abalou o silêncio pré-genesíaco
que dorme.
Aproxima, sorri, senta-se
hálito com hálito.
Toca meu dedo anelar
e o martelo,
ainda tímido,
faz vibrarem meu nervos
que soam leve o bastante para embalar o primeiro sol do recém-mundo
e arrepiar-me toda, ali.
Logo taca também o segundo
e o terceiro
e as notas vão regendo as coisas e os seres,
e o quarto
e a mão
e me faço, enfim
– me faço não; e me faz
enfim
ser ouvida, vencendo o vácuo e o infinito!
para um instante depois quietar,
esbaforida
– esbaforida não, esbaforidos
de tanto soar e tocar e suar.
Ainda,
antes de partir,
fecha-me a calda e acaricia
de tão leve
que apenas as pontas dos dedos me pulem e me engorduram.
E tudo volta ao pré-genesíaco
e nem ouço seus passos o afastando.
MONOGRAFIA
Sobre a monografia, descobri que havia uma falha em como fiz o modelo no Excel. Rodá-lo-ei novamente, agora, corretamente. Mas esse assunto é chato, deixa pra lá.
Estão vendo esse chat aí ao lado? Então, para usá-lo, é necessário cadastro (falar um nick, senha, colocar o e-mail e, pronto, já pode usar). Com isso feito, dá pra colocar um no seu blog, também. Daí, é só conversar!
ARTIGO PARA A REVISTA
Estou, também, preparando um artigo para a revista. Levantando a filosofia da composição de alguns autores. Para isso, vendo e lendo entrevistas e cartas dos mesmos (já que, a maioria, ao contrário de Poe, não nos deixou esse legado formalmente, em forma de artigo). Alguns, como Drummond, escreveram poemas em que exteriorizam seu modo de criação; mas decidi não utilizar essa fonte pela subjetividade que contém (visto que é um eu lírico que se manifesta nestas obras).
Das que estão em áudio (ou vídeo), transcrevo os trecho que me interessam. Tem uma muito boa do Drummond (trecho abaixo). Gostaria de citar a Clarice Lispector, também, mas ainda não encontrei pistas de como compõe sua obra – ou melhor, encontrei, mas de forma tão subjetiva que ainda não sei como usá-la. Um link para uma entrevista que ela concedeu para o jornalista Júlio Lerner poucos meses antes de falecer: (programa Panorama Especial – TV Cultura, 1977),
Ao ler qualquer texto de caráter informativo, gosto de citar fontes confiáveis sobre o assunto. De pessoas que fazem, fizeram ou estudaram sobre o determinado tema. Afinal, minha opinião não vale de nada a vocês. Argumentação sem citação, para mim, é retórica, não enriquece.
ESPELHO
“As mudanças de natureza íntima que nós temos… nossos interesses evoluem, nós passamos por diversas estações: não são quatro dentro de nós, não, são inúmeras. E essas estações nem sequer são sucessivas, elas, às vezes, são imbricadas umas com as outras, elas se confundem, então, nós não sabemos hoje o que sentiremos amanhã, e essa precariedade, essa falta de continuidade do sentimento humano, é o maior entrave ao amor.”
Andrade, Carlos Drummond de. GLOBO NEWS - ARQUIVO N : CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE. Link no you-tube, Rio de Janeiro. 2007.
* lembremos que o texto foi transcrito, ou seja, não era um texto, e sim uma fala.
Pronto: 05:22 da madrugada. Hora de acordar em sonhos.
…, são 04:22 da madrugada, ainda há ânimo de começar uma postagem. POEMA Fiz para o espaço-escrita. O exercício era, a partir de uma ima...